zedosrios
segunda-feira, 27 de julho de 2020
segunda-feira, 13 de julho de 2020
Décio Bittencourt -poeta do povo
Décio Bio Carta
Irene,15/08/ 1998
José Luiz
1º.Que se
encontrem bem de saúde: você e aqueles que lhe são caros.
2º.
MAGNÍFICO SEJA O SEU ! 21 de agosto “.
3º. em
atraso com referência aos dados biográficos do Décio. Aconteceram
dois fatos imprevisíveis e desagradáveis. Perdoe-me..
Cancele o que for
desnecessário, acrescente o que quiser ou faça as correções onde
se fizerem convenientes. O.K. ?
DÉCIO
BITTENCOURT, filho de Otto Bittencourt e de Clotilde Hélène Purrat
Bittencourt, nasceu em São José do Rio Pardo, Estado de São Paulo,
aos 18 de abril de 1924. Aí passou sua infância e sua adolescência.
As
atividades que mais apreciava nesse período eram : natação e
pescaria no Rio Pardo. Na escola demonstrava uma acentuada pendência
pelos estudos de Literatura e História. Memorizava um incontável
número de poemas, particularmente Guerra Junqueiro.
Graças
à excelência de seu timbre vocal, foi, durante anos, locutor da
Radio Difusora de sua cidade, assim como Instrutor do Tiro de Guerra
da unidade alí sediada.
Abandonou
seus estudos quando cursava o 2º Colegial, para trabalhar, em São
Paulo, como locutor da Radio Record, desligando-se dessa emissora em
em 1951, ao casar-se com Maria José Villela. O casamento durou dois
nos; desquitaram-se e em 1959, Mª José vem a falecer( por ingestão
excessiva de soníferos ).
Duarnte essa fase, Décio
tornou-se uma pessoa sem nenhum objetivo na vida: empregos instáveis,
bo~emia, mulheres,,,
Em
1961, casa-se com Irene Taujanskas. Daí nascendo Décio e Roberto,
Torna´se gerente de vendas da Editora “El Atheneo “ (Argentina
). Alguns anos mais tarde, resolve concluir o Curso Colegial, depois
ingressar na Faculdade onde frequentou dois cursos: Letras e Estudos
Sociais ( Faculdade São Marcos- São Paulo, SP). Escolas públicas,
municipais, e Liceu Eduardo Prado ( particular ), passam a ser seus
locais de trabalho, ministrando aulas de Lingua Portuguesa e de
Estudos Sociais, carfos em que permaneceu até 7/3/81, quando foi
acometido por um enfarte do micárdio. Por determinação médica,
afastou-se de suas atividades profissionais.
Redigia contos sobre
etapas marcantes de sua vida, quando aos 22 de abril de 1994, por
complicações cardíacas veio a falecer, em São Paulo,SP
Sua
obra: De 1955 a 1985, escreveu quatro livros de poesia: “ Agruras
“; Nasce uma flor vermelha”; “Ano 2000 “ e “João da Ponte
“.
Gravou
cinco discos, a saber: dois Long Plays e três compactos, com poemas
próprios, com exceção de um destes, produzido pela Copacabana
Discos, pela passagem do “ Dia das Mães “, com poesias suas e de
outros autores.
José
Luiz, agora, a análise das obras deixo para você,
Só
posso afirmar que o Décio era um observador arguto das coisas da
natureza: sons, insetos, pássaros. Tudo enfim.
Basta
atentar para a harmonia imitativa em suas onomatopéias; no sentido
figurado de suas metáforas. Não é verdade ?
Acho
também que era antagônico, por exemplo: 1- Sua face romântica:
nota-se ingenuidade, pureza, predominância de lirismo, elementos
sensíveis, espontâneos e seus versos de amor; 2- Sua face realista,
social: aí é diferente, transforma-se em uma pessoa revoltada,
combativa, contra as injustiças sociais. Neste aspecto é enérgico,
enfático, um guerreiro. Certo ?
Sempre
dizem que a força maior dele estava na DECLAMAÇÃO. Ele participou
de muitos recitais, na capital e no interior: nunca conheci alguém
que o superasse. Era incrível o domínio sobre o auditório:
notava-se uma reciprocidade, um cumplicidade, uma troca, entre o
poeta e o público. Não sei explicar...
Sabe,
tenho certeza que você também tem esse dom, pelo pouco queouvi no
telefone. Voz tonítrua, timbre fantástico e
interpretação magistral .
Chega
? Qualquer dia desses escrevo contando coisas hilariantes do Décio.
Está bom ?
Irene
“ É
preciso dizer : NÃO “
Olho
pra dentro de mim
E
quedo, quieto, quente
Arranco
de meu cerne
Esta
dura dor de dente
Os
magos que vão chegando
Com
mirra, incenso e rezas
Fiquem
lá fora no caos,
Transponho
minhas montanhas
E
caio no infinito...
A
saudade anda ancorada
No
coração de granito !
Não
tenho, Não sei. Não quero.
De
nós todos sinto nojo
È
preciso dizer não
A
todo este empecilho
A
coragem – esta bandida -
Escorrega,
cai e quebra
No
sorriso de meu filho,,,
Preciso
gritar que chega
Mas ando de pernas bambas
E
o frio de medo na espinha
É
a bainha da espada
Daquela
coragem que eu tinha,,,,
Não
consigo dizer NÃO
Um
NÃO de encher a boca
Fica
um não tão pequenino
Que
da janela quebrada
Pela
mão de meu menino.
Mas
preciso dizer NÃO !
Preciso
dizer BASTA !
Preciso
dizer CHEGA !
Vocês
são plantadores
De
sangue no meu caminho !
1964
PRECE DE AMOR
No chão a lua é minha e
tua – Posso Sonhar
Do céu parece parece vir
uma prece – Prece de Amor
Olho teu rosto à luz da
lua – Minha Amada.
E ao luar te beijo a boca
tão desejada.
Depois na areia do chão,
lavada, sou teu par
Te pego e amo bem
devagarinho – Meu Delirar
Te pego e te deito neste
meu peito – Vamos Sonhar
Ai !quem me dera a vida
toda não acordar.
Beijo tua boca enluarada –
Minha Rainha
Posso sentir: É
minha...minha... é muito minha
De pernas abertas para a
lua te ouço dizer:
Sou tua...tua,,, somente
tua...seu bem querer !
E no teu cerne de
alabastro – semeador
Entre uma estrela, perto
de um astro, sonhador
No teu útero-mãe,
imaculada – Conquistador
Deixo meu filho plantado –
Nosso Senhor
No altar de teu ventre
infinito – mas que luar !
Nascerá bendito, será
bendito, posso parar !
Me sinto pai ! Me sinto
Deus e criador !
Me sinto pai ! Me sinto
Deus e criador !
Ninguém no mundo gerou um
filho com tanto amor !
Esta foi a última do
Décio Bittencourt, 1994 segundo Irene.
PRECE DE AMOR
No chão a lua é minha e
tua – Posso Sonhar
Do céu parece parece vir
uma prece – Prece de Amor
Olho teu rosto à luz da
lua – Minha Amada.
E ao luar te beijo a boca
tão desejada.
Depois na areia do chão,
lavada, sou teu par
Te pego e amo bem
devagarinho – Meu Delirar
Te pego e te deito neste
meu peito – Vamos Sonhar
Ai !quem me dera a vida
toda não acordar.
Beijo tua boca enluarada –
Minha Rainha
Posso sentir: É
minha...minha... é muito minha
De pernas abertas para a
lua te ouço dizer:
Sou tua...tua,,, somente
tua...seu bem querer !
E no teu cerne de
alabastro – semeador
Entre uma estrela, perto
de um astro, sonhador
No teu útero-mãe,
imaculada – Conquistador
Deixo meu filho plantado –
Nosso Senhor
No altar de teu ventre
infinito – mas que luar !
Nascerá bendito, será
bendito, posso parar !
Me sinto pai ! Me sinto
Deus e criador !
Me sinto pai ! Me sinto
Deus e criador !
Ninguém no mundo gerou um
filho com tanto amor !
Esta foi a última do
Décio Bittencourt, 1994 segundo Irene.
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